quinta-feira, 9 de maio de 2013

A dúvida Metódica de Descartes



             A dúvida filosófica não é uma dúvida banal, comum, porque ela se caracteriza por:
•Explicação racional
•Exercita a suspensão do juízo
•Favorece o exercício da inteligência para obter uma resposta clara e confiável.
              Embora a Filosofia não tenha um método exclusivo de investigação, quem pretende filosofar deve seguir um principio ou regra básica: tudo o que se diz deve ser demonstrado, isto é, explicado por meio de uma argumentação que utilize apenas premissas válidas ou verdadeiras, articuladas de maneira lógica. Ou seja, é a regra da razão.
             A dúvida metódica tornou-se uma referencia importantíssima e um clássico da filosofia moderna. Trata-se de um exercício da dúvida em relação a tudo o que ele, Descartes, conhecia ou pensava até então ser verdadeiro. A dúvida cartesiana é dita “metódica” porque vai se ampliando passo a passo, de maneira ordenada e lógica, partindo de ideias mais simples e concretas até chegar às mais gerais e abstratas; e “radical e hiperbólica” porque vai atingindo tudo e chega a um ponto extremo em que não é possível ter certeza de nada, nem de que o mundo existe.
           Descartes propôs não acolher nenhum juízo como verdadeiro se não se apresentasse evidentemente como tal. Trata-se do critério da evidência, isto é, da clareza e distinção.
           As idéias dos sentidos, são as idéias mais concretas, que se formam em referência ao mundo material. Ex: os corpos, os objetos, suas formas, cores, texturas, ruídos, sabores etc. Idéias da razão são idéias puramente mentais ou intelectuais. Ex: 2+3=5; o quadrado tem quatro lados etc.
           Analisemos a dúvida metódica:
1.Argumento do erro dos sentidos: o conhecimento que se origina das percepções sensoriais não é confiável, pois muitas vezes eles nos enganam.
2.Argumento do sonho: não há nada que possa garantir que o que se percebe ao redor não é uma ilusão onírica.
3.Argumento do Deus enganador: Deus tem poderes deter criado você de tal maneira que se engane sempre, ou seja, que você (e todo omundo) pense sempre que 2+3=5, quando na verdade isso é uma ilusão.
4.Argumento do gênio maligno: qualquer coisa, pessoa ou ideia que seja capaz de nos levar ao erro.
        
            A primeira certeza que rompe com a dúvida hiperbólica é o Cogito ergo sum, ou “penso logo existo”, a certeza de existir “como coisa que pensa” enquanto pensa. Descartes chegou a essa conclusão porque:
  • se um enganador o enganava , ele tinha que ser algo enquanto era enganado;
  • se duvidava, também devia ser algo que existia enquanto duvidava;
  • o próprio ato de pensar , sem importar seus conteúdos, não pode ser colocado em dúvida, já que, enquanto duvida que está pensando, está pensando, pois é impossível duvidar sem pensar;
  • se você pensa, deve haver algo (um ser, que é você) que produz esse pensamento; daí a conclusão: “Penso, logo existo”

QUESTÕES:

1. Porque o exercício da dúvida realizado por Descartes é conhecido como “dúvida metódica? E porque é chamada de “dúvida radical ou hiperbólica”?
2. Que método utiliza a Filosofia? Que regra básica não se deve esquecer para aprender a filosofar?
3. Qual é a primeira certeza que rompe com a dúvida Hiperbólica? Explique como o filósofo chegou até ela.
4. Qual o critério de verdade adotado pelo filósofo para iniciar sua investigação?
5. Analise a dúvida metódica de Descartes, explicando os seus principais passos ou argumentos, até chegar à dúvida hiperbólica.

 



13 comentários:

  1. Duvidar daquilo que se acredita, que se tem por certo; é o começo, para tentar conhecer algo.

    ResponderExcluir
  2. Onde estão as respostas das questões

    ResponderExcluir
  3. eu sei que Descartes falou "Penso, logo existo" mas entao uma melancia não exite, eu não concordo com Descates

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. essa conclusão de descarte, foi a unica certeza absoluta dele,existir como ser pensante, o resto pode não existir como real e sim como uma criação do ser em si.

      Excluir
    2. Ele não diz que o que não pensa não existe, mas que não se pode ter certeza da sua existência

      Excluir
  4. A afirmação de Descartes é da certeza de existir como coisa pensante e não como corpo, pois é impossível pensar ou duvidar sem antes ser alguma coisa.A res cogitans: pensamento ou consciência, é a substância do qual surgiram outras certezas como a matéria e também a res infinita, ou seja, Deus.

    ResponderExcluir
  5. Essa foi a única forma que ele achou de responder a pergunta será que existimos!?! Será que não estamos sonhando!?!
    De qualquer forma eu concordo com Descartes pois acredito tanto em duvidar,quanto no Dualismo.

    ResponderExcluir
  6. muito obrigado paulo macedo. uma lição de vida em termos morais e coerência (evitando as falácias do discurso) fundamentais a uma sociedade saudável e não julgativa. cumprimentos

    ResponderExcluir
  7. Muito assertivo e, ademais, bacana sua iniciativa. Material muito bom. De primeira.

    ResponderExcluir
  8. Me ajudou com meu trabalho, muito obrigado.

    ResponderExcluir
  9. obrigado paulo voce foi essencial para abrir a minha mente era o que precisava!

    ResponderExcluir